O Fado tem uma grande importância na cultura portuguesa, claro. Mas, uma das coisas que eu e a Priscila mais temos gosto em dizer é que Portugal não é só Fado. Tem muita música produzida do lado de cá do oceano que também é competente e criativa. Aproveitando esse Dia Mundial do Rock (celebrado em 13 de julho), resolvi mostrar aqui a ‘força’ do rock português com cinco bandas que merecem ser ouvidas! Bora engordar a playlist?
Xutos & Pontapés
“Os Xutos são os maiores!” – essa é a melhor definição que eu posso dar para eles. Quando se fala de rock em Portugal, o primeiro nome que vem na cabeça é Xutos & Pontapés.
Para você ter uma ideia, a banda é tão conhecida e respeitada por aqui que até a Gracinda – a tia avó da Priscila que vive no interior do norte português – com certeza sabe cantarolar algum refrão. rs. Brincadeiras a parte, são 36 anos de carreira cantando somente em português e sem firulas. Rock de verdade.
Um fato interessante é que eles já estiveram algumas vezes no Brasil (e fizeram grandes amigos, como os integrantes da banda paulistana Ira!, por exemplo). A última passagem foi durante o Rock in Rio, em 2011. O show valeu um DVD em parceria com o Titãs.
Assista aos vídeos dessa playlist que preparei para você:
Ouça também: GNR, Heróis do Mar, Rui Veloso (recomendadíssimo) e Ladrões Do Tempo
Moonspell
O metal também tem espaço em Portugal. O Moonspell é um velho conhecido dos fãs desse estilo musical – não somente na terrinha, mas também no mundo todo.
E não é porque a banda opta por ter suas letras escritas em inglês que é menos valorizada no país. Muito pelo contrário. Os portugueses têm orgulho de ver o talentoso vocalista Fernando Ribeiro mostrar que em Portugal também tem metal de muita qualidade.
Fazendo um paralelo, é mais ou menos o que o Sepultura representa para o Brasil, mesmo que eles não dividam exatamente o mesmo som. Penso que todos os brasileiros que gostam de música e que conhecem o Moonspell fazem essa comparação. Mesmo sendo óbivia, é a melhor forma de exemplificar.
Somente a título de curiosidade, o vocalista Fernando Ribeiro já se juntou ao brasileiro Andre Matos em Milão durante uma apresentação acústica. Entre as músicas escolhidas para o encontro, eles cantaram “Lisbon” – lançada originalmente na década de 90 pela banda Angra.
Outra curiosidade bem legal envolvendo o Moonspell é que entre os seus fãs mais famosos está o escritor luso José Luís Peixoto. O autor de “Morreste-me” e “Livro” embarcou em uma parceria muito interessante com a banda em 2003. Um mergulhou no processo criativo do outro e o resultado disso foi o disco “The Antidote” e o livro “Antídoto”, vendidos separadamente mas repletos de elos comuns.
Assista aos vídeos dessa playlist que preparei para você:
Ouça também: Bizarra Locomotiva, Mão Morta (recomendadíssimo) e More Than a Thousand
Silence 4
O fim da década de 1990 e início dos anos 2000 foi um período bom para a economia de Portugal. A tendência se alargou para o pop-rock. Surgia em Leiria, no centro do país, em 1996, uma banda que escreveria seu nome na história: o Silence 4.
David Fonseca, Sofia Lisboa, Rui Costa e Tozé Pedrosa cativaram uma geração. Foram poucos anos na ativa, dois discos de estúdio e muitos shows. Porém, o suficiente para tornar a banda inesquecível.
Nessa época eu nem pensava em ouvir bandas portuguesas… Porém, mesmo que muito tarde (mais de uma década depois da banda ter acabado), me tornei um grande fã. Acho que também foi fácil gostar deles por já acompanhar a carreira solo do David, que começou em 2004, e por já ter visto uma apresentação dele em São Paulo.
Uma história que marcou bastante o Silence 4 foi a recente e total recuperação de uma leucemia da Sofia Lisboa. Para celebrar a vida e agradecer a todos que a ajudaram, ela convidou toda a banda para fazer um breve e emocionante retorno – que resultou em uma turnê no ano passado.
Assista aos vídeos dessa playlist que preparei para você:
Ouça também: David Fonseca, Blind Zero, The Gift, Linda Martini (recomendadíssimo) e Toranja
Tara Perdida
Eu sempre gostei muito de punk e hardcore, mas demorei pra ouvir bandas portuguesas que faziam esse tipo de som. Os Censurados – um clássico do final dos anos 80 e início dos 90, foi a primeira. Gostei. Mas, confesso: o Tara Perdida me impressionou mais (ok, isso é questão de gosto).
Foi em um fim de semana do começo do ano passado que soubemos da morte prematura de João Ribas, fundador do Tara e ex-integrante dos Censurados, aos 48 anos de idade. Sem ele, o punk, certamente, não teria atingido tamanha proporção em Portugal. Foram mais de 25 anos dedicados a cena, mas sempre manteve em seu discurso simples de que não era maior do que ninguém.
A banda segue em atividade com um novo vocalista e com o lançamento de “Luto”, uma homenagem ao amigo que partiu, mas também a chama que ainda mantém viva o Tara.
Assista aos vídeos dessa playlist que preparei para você:
Ouça também: Censurados, Peste & Sida, Mata-Ratos e Fonzie
UHF
Conheço muito pouco do UHF, mas fiz questão de que eles entrassem nesse post pela importância que têm no ‘boom’ do rock tuga.
Assim como os Xutos & Pontapés, essa banda também nasceu em Almada, uma das cidades mais rock de Portugal – região também chamada de “Margem Sul”. Fazendo pesquisas e ouvindo algumas músicas, senti que as muitas trocas de integrantes não fez tão bem para a banda. Mesmo assim, tenho que ressaltar que o vocalista António Manuel Ribeiro nunca ‘abandonou o barco’.
Assista aos vídeos dessa playlist que preparei para você:
Ouça também: Sétima Legião, António Variações e Clã (recomendadíssimo)
Menção honrosa
Barões
Não ter vivido de perto os melhores anos do rock em Portugal é algo que hoje, para mim, faz falta. Entretanto, consegui aprender e passei a gostar de muita coisa graças a uma das melhores séries feitas para a televisão que já assisti: Os Filhos do Rock.
A produção contou a história do ‘boom’ do rock português, sobretudo da década de 80, inserindo nela uma banda fictícia chamada Barões. O trio dividia palcos e histórias com os Xutos, o GNR, o UHF, a Sétima Legião, o Jorge Palma, entre outros nomes da época. Vale a pena assistir (todos os episódios estão disponíveis no site da RTP Play)!
Deixo aqui dois clipes dessa banda que não saiu oficialmente da ficção, mas que fez muito sucesso aqui em casa rs.:
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Esse é um artigo original do Cultuga. Leia o post completo em: 5 bandas do rock português para a sua playlist