Sempre é hora para comer doces portugueses. Eu não me canso de tomar um cafezinho com um pastel de nata e suspirar por aquelas sobremesas típicas, principalmente as conventuais. Penso que, se você chegou aqui nesse artigo, deve concordar comigo, inclusive quando está em viagem por Portugal. Agora, imagina no Natal? Huuummm! É assim também. Mas, confesso: ainda melhor!
Doces portugueses de Natal
Há muitos doces típicos de Natal que os portugueses comem nessa época do ano. Vários deles são feitos somente para irem à mesa dos dias 24 e 25 de dezembro. Dá gosto de ver esse carinho pelas tradições. Há até confeitarias que ficam com filas quilométricas na antevéspera para entregar tantas encomendas.
Vivemos em Lisboa há 4 anos. Entretanto, esse é o primeiro Natal que passamos longe das nossas famílias. Por isso, eu e a Pri percorremos as ruas da capital em busca dos doces portugueses típicos dessa época do ano para mostrar aqui no Cultuga e, claro, para experimentar na nossa primeira consoada lisboeta (como a ceia é também chamada por aqui).
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Bolo Rei e Bolo Rainha
A melhor forma de começar essa lista açucarada é com a estrela da mesa dos portugueses: o Bolo Rei. Até mesmo quem não é fã de frutas cristalizadas, passas e nozes, que é a marca registrada dessa massa, vale a pena experimentar.
O que mais gosto nesse bolo em formato de coroa é o seu colorido, além do cheiro que espalha pelas pastelarias e confeitarias do país. Ele é tradicionalmente consumido entre o Natal e o Dia de Reis (6 de janeiro). Assim, dizem que a cor da massa se refere ao ouro, as frutas cristalizadas a mirra e o perfume ao incenso.
Sua origem é francesa e foi trazido a Portugal no final do século XIX por Baltazar Rodrigues Castanheiro Júnior, filho do fundador da Confeitaria Nacional. Por isso, até hoje o Bolo Rei fabricado ali é o mais famoso de Lisboa e mantém sua receita original.
Mas a Rainha também tem um doce só para ela Não tem as cores do Rei, mas a crocância dos frutos secos dão um toque único e majestoso ao bolo.
Essa foi a nossa escolha para esse ano, principalmente por gostamos muito de nozes, avelãs, amêndoas e pinhões. A massa é a mesma do Bolo Rei, porém, sem as frutas cristalizadas e menos doce. O açúcar de confeiteiro é jogado por cima, como cobertura, para dar uma leve adoçada.
Broa Castelar
Há diversos tipos de broas em Portugal. As que eu mais gosto são as tradicionais de milho e a de nozes com mel.
No Natal também não poderia faltar! A Broa Castelar é uma das principais dessa época. Ela é macia e tem um sabor intenso e bem autêntico. A batata doce, a amêndoa e as raspas de laranja são os ingredientes que mais sobressaem na boca.
De acordo com a Câmara de Lisboa, ela leva esse nome por ter sido uma criação dos irmãos Castelar, proprietários da antiga Confeitaria Francesa, também do século XIX, que ficava na Baixa.
Tronco de Natal
Com esse aspecto todo caprichado, essa tradição só poderia ter sido importada… Da França e, claro, no século XIX – uma das fases de crescimento populacional da Europa alavancado pelo avanço na medicina e de expressividade nas artes e na criatividade. Fatos que contagiaram, claro, também Portugal.
Esse é um rocambole de chocolate (chamado de torta, em Portugal) que, em sua parte exterior, leva uma decoração que lembra a lenha, tão utilizada nessa época do ano, marcando o início do inverno.
Lampreia de Ovos
Na minha opinião, esse é um dos doces portugueses mais engraçados do Natal. A lampreia, se você não conhece, é um peixe com uma cara nada simpática e bem comum nos pratos tradicionais portugueses.
No Natal, ela não vem da água. Esse é um doce com origem no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, como tantos outros conventuais. Ou seja, tem como base o ovo e o açúcar. Na decoração, o glacê, os fios de ovos, os confeitos prateados, além do figo e das cerejas cristalizadas, dão a graça dessa sobremesa.
Os Fritos de Natal
Rabanada e Fatias Douradas
Algo que ouvi por aqui e achei bem interessante foi o termo “Fritos de Natal“. São doces, obviamente fritos, e fazem parte da mesa da consoada. Começando pela rabanada, também popular no Brasil.
Vemos rabanadas durante o ano em alguns locais do país. Talvez a mais famosa seja do Café Majestic, parada obrigatória para quem vai ao Porto. Porém, no Natal, elas estão disponíveis em praticamente todas as pastelarias e confeitarias.
Você poderá encontrar com o nome de rabanada ou, então, fatias douradas. O que as difere, de acordo com o site do supermercado português Pingo Doce, é que a primeira é frita em óleo, enquanto a outra em manteiga.
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Sonhos
O sonho que conhecemos no Brasil é chamado de Bola de Berlim em Portugal (veja no artigo que fizemos sobre doces portugueses tradicionais). Por aqui, sonho é um doce feito somente no Natal. Quando você bater o olho nele, poderá até pensar que se trata de uma versão gigante do bolinho de chuva rs.
Ele tem aquela textura por fora do bolinho de chuva, sim, mas por dentro ele tem mais massa. O gostoso desse doce é sua variedade de sabores. O meu favorito é o de abóbora. Mas laranja e cenoura são também alguns dos tipos que você encontra nas pastelarias.
Coscorões
A primeira vista parece um pastel de feira, daqueles de vento, sabe? Mas tem uma textura um pouco diferente, mais massuda, apesar de crocante.
Os coscorões são feitos a base de farinha de trigo, manteiga e ovos. Pode ainda ser misturado suco de laranja ou outras variações, de acordo com a região do país. A massa é esticada e cortada bem fina. Depois de frita, é passada no açúcar.
Azevias
Para fechar a nossa lista de fritos de Natal, incluímos as azevias. Elas têm essa aparência de risoles, fechadas em meia lua, mas são doces e, por dentro, levam um recheio de grão de bico, batata doce ou abóbora.
Há ainda muitos outros doces típicos de Natal. Portugal, como costumamos dizer, é um país pequeno em dimensões, mas com grande riqueza e diferenças culturais entre suas regiões.
A família da Priscila é portuguesa imigrada no Brasil, parte de Aveiro, parte da Ilha da Madeira. Sei que no Natal, entre os primos, não falta aletria e arroz doce. Aqui em Portugal também são receitas muito populares nessa época do ano, daquelas feitas pela avó e passadas de geração para geração.
E você, já provou algum doce português típico de Natal?
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